Delegação, a arte de se tornar (in)útil

A delegação (de poderes, competências, tarefas, processos ou atividades) é um dos temas recorrentes para quem acompanha as teorias de gestão organizacional, os modelos de liderança, etc.

Delegar tem um conjunto de pressupostos ou de "inevitabilidades" face ao modelo organizacional e ao estilo de liderança.

Muitas vezes, delegar é uma "arte". Implica, por exemplo, confiança no delegado, mas também algumas características do delegante, sem as quais a delegação corre o risco de não ter sucesso.

O Código do Procedimento Administrativo explicita que delegar não pode ser uma "solução global". Ainda assim costumo ter uma referência bibliográfica que me acompanha há uns anos, sobre delegação: A arte de tornar-se inútil, do Ricardo Vargas.

Mais recentemente conheci uma abordagem da Full Focus à delegação, por níveis, que achei interessante:

  • nível número um, faça o que eu digo;
  • nível número dois, pesquise e relate;
  • nível número três, pesquise e recomende;
  • nível número quatro, decida e informe;
  • nível número cinco, aja de forma independente.

Pessoalmente, "como quero tornar-me inútil", sou um acérrimo defensor dos níveis 4 e 5. Vale a pena, se o contexto da delegação for, por exemplo, o abordado pelo Ricardo Vargas. Nem sempre "a situação" permite que nos posicionemos nestes níveis, mas não é por isso que não devemos tentar. Pelo delegante e pelo delegado!